Eventos realizados pelas AAA

As associações atléticas acadêmicas (AAA) no Brasil têm origens ao exato desconhecidas, mas o que se sabe, é que foi influenciada pelas tradições esportivas das universidades europeias e americanas. No entanto, o formato moderno das atléticas, como conhecemos hoje, começou a ganhar forma nas décadas de 1960 e 1970, durante um período de efervescência cultural e política no país.

Bom, a atlética mais antiga do país foi fundada em 20 de Setembro de 1903, estamos falando da ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”) ou AAALQ (Associação Atlética Acadêmica “Luiz de Queiroz”), atualmente com 117 anos.

 

AAALQ/ESALQ – A atlética mais antiga do Brasil


O movimento das comunidades acadêmica do ensino superior desempenhou um papel crucial na consolidação das AAA. No contexto do regime militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, as atividades estudantis foram restringidas, levando os estudantes universitários a buscar formas de expressão e organização que não estivessem diretamente relacionadas à política. Surgiram então as atléticas acadêmicas como uma alternativa para promover a integração entre os alunos, incentivar a prática esportiva e fortalecer o senso de comunidade.

Mas as AAA, oficialmente, surgiram em 1941, via Decreto-Lei nº 3.617, de 15 de setembro de 1941, com Getúlio Vargas. Na sua criação elas seriam um anexo do diretório acadêmica e sua composição seria feita por alunos.

Art. 2º A Confederação dos Desportos Universitários organizar-se-á de acordo com as seguintes bases, desde já em vigor:

Haverá em cada estabelecimento de ensino superior, um associação atlética acadêmica, constituída por alunos, e destinada à prática de desportos e à realização de competições desportivas. A associação atlética acadêmica de cada estabelecimento de ensino superior estará anexa ao seu diretório acadêmico, devendo o presidente daquela fazer parte deste.

As associações atléticas acadêmicas formarão dentro de cada universidade, uma federação atlética acadêmica, que estará anexa ao diretório central acadêmico da mesma universidade, devendo presidente daquela fazer parte deste (BRASIL, 1941).

Essas organizações estudantis passaram a ser reconhecidas por sua participação em competições esportivas, eventos culturais e ações sociais, tornando-se uma parte essencial da vida universitária. As atléticas ganharam destaque não apenas como promotoras de atividades esportivas, mas também como agentes de integração, lazer e responsabilidade social.

Quanto ao estado do Amapá, o surgimento das atléticas acadêmicas seguiu a trajetória nacional, até mesmo em sua fundação que é desconhecida, mas os primeiros registros de organização, surgem a partir de 2018. Universidades e faculdades amapaenses, ao longo do tempo, passaram a adotar e adaptar o modelo das atléticas, contribuindo para a criação de uma identidade única na região. Os eventos esportivos, tendo o mais conhecido, os Jogos Inter Atléticas do Amapá - JOIA, competições culturais e ações sociais tornaram-se oportunidades para os estudantes amapaenses fortalecerem os laços com a comunidade acadêmica e local.

Sobre o JOIA, criado em 2018, reúne acadêmicos de todos os cursos de graduação do Estado. A iniciativa tem por objetivo fortalecer e promover atividades de desporto e lazer entre instituições de ensino.  Os idealizadores são membros diretores da Atlética Urucubaca do Curso de Medicina da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

 

A primeira edição da competição foi em 2018.


Além disso, as atléticas acadêmicas do Amapá também desempenham um papel importante na promoção da cultura regional, incorporando elementos da cultura local em suas atividades e eventos. Essa integração entre as tradições estudantis nacionais e as características regionais contribui para a diversidade e riqueza do movimento atlético acadêmico no estado.

Em suma, as atléticas acadêmicas no Brasil e no estado do Amapá já representam uma parte significativa da vida acadêmica, proporcionando não apenas atividades esportivas, mas também oportunidades de socialização, entretenimento, engajamento cívico, promoção da identidade cultural local e até mesmo o desenvolvimento de conhecimento e habilidades para administração de uma organização/empresa.

Fontes:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/del3617.htm
http://www.unifap.br/atleticas-da-unifap-vencem-a-segunda-edicao-do-joia/
https://integrae.com.br/surgimento-das-atleticas/
https://faro.edu.br/blog/atletica-universitaria-uma-pratica-que-pode-auxiliar-sua-formacao/#:~:text=Inicialmente%2C%20o%20foco%20era%20a,calouros%2C%20festas%20e%20outros%20eventos.